O Milagre
de Anne Sullivan é um dos melhores filmes dentro da Educação Especial, pois ele traz uma sensibilidade enorme em cada cena capaz de emocionar
qualquer pessoa, pois o mesmo conta a história de uma menina surda, muda e
cega. O nome dela é Helen Keller, de sete anos, filha de proprietários de
terras. Keller não sabia o que era mundo e não sabia como interpretá-lo, e
apesar disso tudo, ela precisava muito se expressar.
O filme é muito complexo, mas ao mesmo tempo é
humano demais. Um filme que mostra como o ser humano não está seguro sobre as
coisas que a vida pode aprontar. O Milagre de Anne Sullivan é um retrato
psicológico, mostra-nos como não sabemos lidar com com limites físicos e
a realidade de um ser humano. O filme é um pouco agressivo no sentido de
mostrar as dificuldades de se viver em um mundo silencioso e escuro, como o de
Helen, e que não há como ignorar a dor de uma garotinha. A menina não conhece o mundo à sua volta, mas
sabe do que precisa para viver e acaba por se tornar uma tirana em sua casa, já
que sua família lhe dava todas as liberdades como uma “inválida”, como
achavam que Helen era. A menina tinha o total domínio em sua casa, então,
portanto controlava o comportamento de seus familiares; ela não entende como é
ser educada e muito menos como escutar um não.
A Helen passa a receber orientação de uma professora, pessoa com
suma importância, que é Anne Sullivan. Ela é uma mulher que era
cega (fez nove cirurgias nos olhos) e usa óculos escuros para proteger-se do
sol,acostumada a conviver com cegas e cegos, mas ao se deparar com Helen,
entende que ali está o maior desafio da sua vida: o desafio de explicar a uma
menina como viver no mundo e como entende-lo, e seu maior objetivo era que
todos a tratassem como uma pessoa normal.. Para isto entra em confronto com os
pais da menina, que sempre sentiram pena da filha e a mimaram, sem nunca terem
lhe ensinado algo nem lhe tratado como qualquer criança.
Ao conhecer Anne, o pai de Helen transpareceu um
enorme preconceito dizendo: “ ...eles esperam que uma cega ensine a outra. Como explicar a uma menina que terra é a terra?
Que fome é vontade de comer? Como mostrar a árvore para uma menina, que não
consegue vê-la? Como ensinar a menina comer com garfos e facas, se a menina não
sabe nem o que é educação? Como ensinar a menina o que é o amor? São essas as
perguntas que Anne se faz durante o filme todo.
A relação que as personagens travam entre si
foge completamente da esperada por todos que assistem ao filme: ao contrário de
amor e compreensão de imediato, Anne se torna uma megera na vida de Helen. Anne
demonstra que a única forma de ensinar Helen a ser gente, é a tirando de seu
pedestal, a destronando de seu império, criado pela dó e pena que seus pais
tinham, e mostrar o que é a realidade para a garotinha. A realidade não é bonita. Comer no prato não é
fácil, saber indicar as coisas e seus significados é quase impossível.
E assim Anne resolve criar um método de comunicação
entre elas: o TATO seria o alfabeto. O tato, serviria como o meio de
comunicação, fazendo com que Anne e Helen desenvolvam uma sequência de palavras
associadas aos gestos das mãos. O primeiro contato de Helen com o alfabeto no
tato em libras foi no momento em que Helen encontra uma boneca na mala de Anne e descobre
que ela possui a mesma forma de seu rosto.
. Durante anos, Hellen Keller tem
comportamento selvagem e indisciplinado. O estimulo da comunicação através de
um dos sentidos ( tato ) com Anne Sullivan a incentiva a utilizar o tato como o
elo entre ela e o mundo; desenha palavras na mão da menina a fim de que ela
compreenda a relação entre as palavras e seus significados. O tato passa a ser
a via pela qual a menina “enxerga” o mundo, até que, em um momento, compreende
realmente a linguagem. A partir daí, aprende o alfabeto Braille e aos dez anos
começa a falar.
As cenas são definitivamente emocionantes, como
por exemplo, quando Helen começar a correr e encostar-se às coisas ,
perguntando para Anne como era o nome delas, árvore, chão, degrau e professor.
Uma das cenas mais lindas.
O filme conta a história da persistente
professora do título, contratada para ensinar Hellen que fica surda e cega aos
18 meses de vida. A força de vontade, vocação e fé de Sullivan é tanta
que nada parece ser obstáculo para ela, nem mesmo os próprios pais de Hellen,
com quem vive entrando em conflito Em 1904, formou-se com louvor, e foi a primeira
aluna cega e surda e terminar um curso universitário.
Enfim, o filme carrega uma mensagem de dor,
conquista e apoio que poucos filmes apresentam ter. O milagre de Anne Sullivan é um dos mais bem filmes produzidos e virar as
costas para uma obra rara dessas, é, no mínimo, ignorância imperdoável.
“Nunca se deve engatinhar quando o impulso é voar” – Helen Keller
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