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domingo, 8 de junho de 2014

Recursos e estratégias em baixa tecnologia que possa apoiar o aluno com TGD em seu desenvolvimento.

Público a que se destina: Crianças com autismo, com idade entre 06 a 13 anos.
Local de utilização: Na sala de aula regular. 
Local de aprendizagem do uso: na sala de recursos multifuncional.

Com a DSM-5 o Transtorno Global do Desenvolvimento (TGD) passa a chamar-se Transtorno do Espectro Autista (TEA), inserido na categoria diagnosticados Transtornos de Neurodesenvolvimento que inclui o transtorno autista, O transtorno de Asperger, o transtorno desintegrativo da infância e os transtornos invasivos do desenvolvimento sem outra especificação. O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um distúrbio do desenvolvimento neurológico, que resulta em déficits social, na comunicação e interesses fixados e comportamentos repetitivos conforme a Associação Americana de Psiquiatria, 2012. Baseado em WING pessoas com autismo possuem déficit na comunicação e no desenvolvimento da linguagem apresentando por muitas vezes ausência de fala ou fala hiper formal.
Tendo em vista a dificuldade apresentada há que se trabalhar de forma a pensar num sistema de comunicação alternativa, observando os interesses da criança, suas possibilidades, habilidades e os ambientes escolar, familiar e social de maneira a propor uma comunicação que leve a criança a estabelecer comunicação receptiva e expressiva.


Entre os vários recursos de comunicação alternativa, podemos perceber que os cartões de comunicação são confeccionados em formato de cartões com símbolos, figuras, fotos, representando um vocabulário variado e fácil de ser manuseado, além de ser portátil, podendo ser levado pela pessoa para todos os lugares, seja em argolas (como chaveiro), carteira de bolso e etc. Eles também podem ser utilizados como meio de comunicação receptiva e expressiva com crianças com autismo, desde que já tenha intenção de comunicar-se e que esteja na fase simbólica de comunicação.

Abaixo alguns cartões organizados por tipos e cores (substantivos alaranjados, adjetivos azuis, verbos verdes, sujeitos amarelos, expressões sociais em rosa e miscelâneas em branco)


Vale salientar que de acordo com o contexto no qual a criança se encontra, os cartões de comunicação podem ser utilizados em vários ambientes. E para que possa dar sentido e ver funcionalidade no seu uso as figuras escolhidas para os cartões devem ser o mais próximo possível da realidade da criança,


No ambiente escolar: os cartões de comunicação podem ser utilizados para contar uma história conhecida que pode ser realizado pelo professor de AEE e da sala comum, reconto da história pelo aluno e também em parceria com os outros alunos da sala comum bem como pode ser utilizados para a produção de uma história, um relato e etc.
Na hora do lanche expressando o que quer comer, quantidade e etc


Estes cartões de comunicação tem seu uso além do ambiente escolar, podendo ser utilizado no ambiente familiar e social.
O professor de AEE tem papel fundamental, pois será ele que ensinará o aluno a utilizar os cartões de comunicação, na sala de AEE e será ele que investigará junto ao professor de sala de aula regular e aos familiares quais palavras pertencem ao contexto do aluno e o que a criança gosta. Após o aluno aprender a utilizar este meio de comunicação, o professor de AEE orientará professores e colegas da sala comum e seus familiares como utilizar os cartões com a criança autista.
E assim passaremos a ter o estabelecimento da comunicação e linguagem, e o uso dos cartões favorecerá também a interação, autonomia e o desenvolvimento cognitivo.

Referências Bibliográficas:

ARASAAC - Portal Aragones de Comunicação Alternativa e Ampliada - http://www.catedu.es/arasaac/ [acesso em 07/06/2014].

Tecnologia Assistiva – Miryam Pelosi - http://www.comunicacaoalternativa.com.br/ [acesso em 07/06/2014].

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Vôlei realizado com os alunos da sala de aula regular, onde tem um aluno com deficiência física que faz uso de cadeira de rodas.


Propus aos alunos uma atividade de Educação Física, onde todos pudessem participar e que o vôlei seria legal, de inicio alguns alunos disseram não ser possível tendo em vista que o aluno usava cadeira de rodas. Então sugeri que adaptássemos o jogo, em vez de jogarmos em pé, jogaríamos todos sentados e que a rede seria colocada a certa altura compatível de forma que todos pudessem participar, concordaram. Iniciamos jogando com uma mão, após todos terem passado por esta etapa; começamos a jogar com as duas mãos. O aluno com deficiência física de inicio temeu um pouco com medo de cir da cadeira de rodas, os alunos ditos “normais” estranharam um pouco jogar sentados, mas conversei com eles e mostrei a necessidade de se colocarem no lugar do outro, de incluir o outro e de sentir um pouco o mundo do outro, e tudo voltou a normalidade. Reiniciamos o jogo novamente, desta vez divididos em grupos de quatro alunos (meninos e meninas), formando assim os times. Uma parte da turma foi responsável para avaliar os demais colegas, anotando os contatos com a bola que os colegas realizavam. Foi criado uma tabela de monitoramento, e os papeis de jogadores e avaliadores foram invertidos possibilitando que todos pudessem participar de todas as etapas.



Atividade mão sob mão, realizada com um aluno que apresenta deficiência visual e deficiência Intelectual (Deficiência Multipla).

Esta atividade foi realizada na escola da zona rural com um aluno que apresenta baixa visão e deficiência intelectual. Em baixo da mangueira, mas precisamente no espaço com areia, pois o aluno apresenta defesa tátil, que é a forma como a criança experimenta e reage de maneira negativa e emocionalmente as sensações do tato, para tocar na areia.
Na posição mão sob mão tentei motivar o aluno a desfrutar do toque na areia, na intenção de estimulá-lo a usar a visão residual, assim como outros sentidos remanescentes, provendo de informações sensoriais necessárias que suscitem sua curiosidade.
Antecipei oralmente para o aluno o local, para que ele se sentisse familiarizado com o ambiente, podendo explorá-lo com segurança. Em seguida coloquei a mão do aluno sob a minha, e com o meu dedo escrevi o nome do mesmo na areia para que ele sentisse as vibrações através da minha mão e a segurança para que pudesse tocar, mexer e escrever na areia, pós 3 minutos retirei a minha mão e solicitei que o mesmo escrevesse na areia o que quisesse ou desenhasse algo que ele imaginava ser e que estava lembrando naquele momento; e para minha surpresa o mesmo tentou com o dedo na areia fazendo círculos e listas, quando eu perguntei o que ele tinha feito ele falou: uma bola.
Dando continuidade a atividade coloquei a mão dele sob a minha novamente e fizemos todo o percurso explorando um objeto, desta vez um violão. E o sorriso do mesmo foi estampado ao sentir as vibrações das cordas e escutar o som, após 3 minutos parei e ele pediu para que continuasse com a minha mão no violão e a dele em cima, ao que atendi, mas quando retirei a minha mão ele temeu realizar sozinho, incentivei através da conversa e ele novamente recusou, parei a atividade por este dia. No dia seguinte repeti e o mesmo conseguiu sentindo-se mais seguro.
Foi emocionante ver a potencialidade apresentada pelo aluno e a superação do medo, bem como o toque iniciando pela areia.