Ao realizar a leitura do texto frisado acima,
temos a oportunidade de refletirmos sobre a nossa vida diária, profissional e
em especial sobre a Inclusão Escolar e o Atendimento Educacional Especializado
realizado nas escolas brasileiras. Percebemos que de inicio seu Palomar
acreditava que por meio de modelos resolveria tudo, percebendo a partir de cada
construção que precisaria partir de vários modelos para realizar modificações e
que estes eram transformáveis (Talvez tenha sido esta a forma que Palomar
aprendeu na construção de sua educação e do seu fazer). Palomar segue e evolui
no conhecimento percebendo que não podia seguir um modelo tão delimitado em
suas ações. Observamos que também no trabalho do AEE, faz-se necessário
aprofundar os nossos conhecimentos, sempre dando importância para o
enriquecimento dos mesmos, através da formação continuada.
Percebemos também que o autor
traz a ideia inicial de métodos transparentes, diáfanos e sutis como teias é só
o ponto de partida até que os próprios modelos se dissolvam, pois o pesquisador
e em nosso caso o professor-pesquisador do AEE, vai perceber que nada do que já
tem pronto se encaixa. Ele precisa “dissolver-se a se próprio”, indo além do
que é visto para o que pode ser oferecido pelo aluno e através da mediação
adequada ao aluno, o que acontecerá a partir de nossas buscas, pesquisas, estudos,
bem como da nossa prática onde será necessário tentar, uma, duas, três, quantas
vezes for necessário, pois o modelo pode não se encaixar, pode ser até
decepcionante quando o modelo não servir. Então é preciso abrir a mente para ir
além, olhar além da realidade imediata até porque a realidade imediata em que vivemos
é complexa e envolvida por outros segmentos: família, especialistas, escola,
amigos, as condições sociais econômicas e culturais, os cuidados, a aceitação
do diferente, entre outros.
O autor vem demonstrar
através do seu texto que não existe modelo ideal, pois seus elementos não são perfeitos. A
harmonia não existe, pois somos frutos ainda de uma cultura de exclusão das
deficiências/dos deficientes e estamos inseridos em uma realidade que é
mutável, cíclica. Nas Salas de Recursos Multifuncionais, quando realizamos o
desenvolvimento do AEE também não lidamos com o perfeito, mas temos que partir
das possibilidades e das necessidades do indivíduo e não somente do seu
diagnóstico clinico; e assim como o texto a inclusão veio romper com os paradigmas que serviam de
suporte para o conservadorismo das escolas, negando os fundamentos que
norteavam os sistemas educacionais, questionando a fixação de modelos ideais, a
normalização de perfis específicos de alunos e a escolha de alunos por meio de
seleção para frequentar as escolas, gerando, com isso, identidades e
diferenças, inserção e/ou exclusão.
E enquanto escola e educadores não podemos esquecer
que antes de olhar as partes devemos compreender o todo; antes de enxergar a
deficiência, devemos adquirir mais informações sobre as pessoas com
deficiências e antes de apontar o que o outro não pode fazer devemos perguntar
o que ele tem a oferecer e assim estaremos rompendo com os modelos que têm como
princípios a homogeneidade e não a heterogeneidade, devemos pensar no Plano de
AEE “PARA” e “COM” o aluno, desenvolvendo sempre suas habilidades, competências
e possibilidades, onde possamos formular a partir dos sim, dos não, e dos mas, vendo que cada aluno terá
uma forma de evolução, de aprendizagem e de comportamento diferente , e que por
estes motivos faz-se necessário que o plano de AEE seja individualizado.
A educação deve sempre ser vista como a mola mestra
de uma sociedade, e em especial quando nos referimos a educação inclusiva, na
qual os alunos não podem ser vistos como modelos padronizados, pois os mesmos
constroem o seu próprio conhecimento partindo de suas capacidades, limitações e
potencialidades sem perder o direito de expressar suas ideias, de dar sua
opinião e que todos possam crescerem apesar de suas diferenças. E, para que se
efetive na prática, principalmente no cotidiano do AEE, devemos eliminar a
padronização de modelos, adotando a singularidade do indivíduo como ponto de
partida para um trabalho pedagógico inclusivo construtivo de fato e de direito.
O que não é fácil tendo em vista que acontecerá nas escolas a quebra de modelos,
de paradigmas, principalmente na educação inclusiva, pois, algumas concepções,
paradigmas, modelos estão enraizados e que oferecem resistências a mudanças,
mas com persistência e determinação se poderá alcançar êxitos para educador e educandos. Sendo assim
e de acordo com o texto a única proposta para Palomar e para todos nós
educadores é apagar da mente os modelos e os modelos dos modelos, e seguirmos
em frente percebendo que em nossas ações não existem padrões, nem
homogeneidade, e que precisamos deixar para trás os conhecimentos engessados e
padronizados, onde resgataremos os princípios que valorizam o ser humano acima
de tudo, porque sabemos que é o que levará o aluno ao seu pleno
desenvolvimento.
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